segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

BBB - Vergonha Nacional!

Crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o "BBB"

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira  (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 11 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE..

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 11. Ele prometeu
um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do
“zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.


Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro
repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros,
profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida
por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais
saudável e digna.

Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs,
voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam
suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!


Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia,
alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?


(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade!







=> CONCORDO 100%!!!
DISSE TUDO!
DÁ-LHE LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO!!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O "Ser" e o "Ter"


Em nossa sociedade de consumo, com seus infindáveis apelos aquisitivos, possessivos, o TER adquiriu uma importância desmedida e desproporcional.

Não se deve, todavia, imputar toda a culpa dessa aberração à sociedade, que nada mais é do que o somatório das mentalidades individuais.

È bem verdade que a sociedade reforça as tendências já existentes no indivíduo, mas o ponto de partida de todas as tendências positivas ou negativas é sempre o indivíduo, não a sociedade.

Nenhuma sociedade, com todos os seus frenéticos apelos e condicionamentos, poderia induzir Mahatma Ghandi, Albert Shweitzer ou Madre Tereza de Calcutá a serem consumistas ávidos de posses materiais, nem hedonistas ávidos de prazeres sensoriais.

Se esses e outros seres que estão na vanguarda evolutiva da humanidade se mostraram imunes a isso, os demais também estarão em algum momento do futuro, mesmo ao custo de muito tempo, sofrimento e desilusões.

A possessividade está ligada a um grau intermediário da evolução humana, em que a mente já está bastante forte para moldar os clichês de seus objetivos e alcançá-los devido ao poder da mentalização, da persistência e da inteligência. 

Mas ainda não está bastante forte para neutralizar seus apetites primários e egoístas e pensar mais nos outros do que em si mesmo.

Nessa etapa da evolução, a ânsia de ter é inevitável e não deve ser condenada de forma absoluta, salvo os excessos, desequilíbrios e os métodos desonestos usados para aquisição.

É claro que para se conseguir alguma qualidade de vida, é necessário ter um mínimo de posses, tais como moradia, alimentos, vestuário e alguma garantia de suprimento dessas necessidades básicas. 

Mas daí a ter uma enorme quantidade de bens, privando outros seres do acesso a eles, vai uma grande distância.

O ter em excesso e principalmente os apegos aos objetos de posse, obstrui o ser e causa infelicidade. O ter pode causar prazer momentâneo, porém, esse prazer logo se transforma em tédio, saturação e embotamento.

No final, o possuído se transforma em possuidor, e o homem, escravo daquilo que possui.
O ser não pode se manifestar, quando obstruído por tantos “penduricalhos”. A ausência de autocontato, de conexão com o ser essencial é uma das causas mais comuns de alienação e angústia.


Os adeptos da chamada “teologia da prosperidade” se apegam a frases isoladas do texto bíblico , distorcendo seu significado de acordo com seus interesses. Jesus disse de fato: “Buscai primeiro o Reino de Deus e tudo o mais lhe será dado por acréscimo”.

Obviamente está implícita e embutida nessa sentença o sentido de que tudo o mais que necessitais para vossa subsistência. Jesus nunca teve a intenção de produzir ricaços e milionários com seus ensinamentos, caso contrário, não teria dito ao jovem rico: "Abandona tudo o que tens e segue-me”! Ou ainda: “As aves têm seus ninhos e as raposas têm suas tocas, mas o filho do homem não tem onde repousar sua cabeça”.

A alienação produzida pela ânsia de posses é tão forte e tão enraizada nas pessoas, que alguns pseudoteólogos chegam até mesmo a adulterar os ensinamentos básicos de sua religião, para conquistar adeptos, oferecendo-lhes algo que nem o próprio Jesus prometeu.

Numa sociedade carente e pobre, onde uma minoria tem demais, enquanto outros não ter nem o necessário para atender às necessidades básicas, as pessoas se tornam carentes e inseguras, tornando-se presas fáceis para espertalhões que exploram as carências e necessidades humanas.

A ânsia de ter é tão forte que até mesmo nossos sentimentos subjetivos deixam de ser uma ação da alma para se tornarem uma posse. Quando sentimos algo, costumamos dizer: “temos amor”, ou “temos ódio”. Ou alguém diz “tenho ciúmes” em vez de dizer “sinto ciúmes”. Dizem ainda “tenho sono”, em vez de dizer “sinto sono”!

Embora possa parecer apenas formas de expressão, demonstram até que ponto o ter se enraizou em nossas vidas, obstruindo o ser.

Sob o ponto de vista da sociedade consumista e aquisitiva, alguém que nada ter não é ninguém. As pessoas são avaliadas pelo que têm e não pelo que são.

Isso é a raiz da corrupção e da violência. Se para ser alguém, uma pessoa necessita ter algo, ela se torna capaz de fazer qualquer coisas lícita ou ilícita, caso contrário, estará condenada a ser ninguém. 

E, sendo ninguém, nada tem a perder, a própria vida perde o significado para essa criatura.

E quando a própria vida perde o significado, a vida alheia se torna ainda mais insignificante.

Daí se pode perceber a causa profunda da violência no mundo moderno.

Por mais que se discuta sobre educação, assistência social e recuperação de criminosos, a violência não terá fim enquanto for alimentada de forma indireta pelos valores da própria sociedade. 
 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011





(...)

Em vários setores comerciais é flagrante a agressão que a mídia insere na massa, no sentido de que se sintam sendo um "nada" por não terem capacidade de tomar tal bebida, fumar aquele cigarro, vestir aquela roupa de grife, não ter aquele carro etc., tudo no sentido de sentir-se "pessoa" dígna  de viver na sociedade humana.

Mas não é só isso.

Temos os problemas familiares onde os pais pressionam os filhos para determinados atos ou profissões a seu gosto, pouco importando se os filhos gostam ou não, pois visam a garantia do futuro dos filhos, desconsiderando  as vias naturais e a sua própria felicidade através das realizações pessoais, seguindo a aptidão de cada um. Uma parte consegue satisfazer seus pais e outras não.

De qualquer forma as duas se frustram e boa porcentagem delas está sujeito a utilização de drogas como caminho para esquecer ou fugir de seus problemas e frustrações.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Depois de horas


Tento esquecer os problemas
Que não são poucos
Passo a semana inteira
Mudando as coisas de lugar
E aonde estava você
Te procurei até tarde
E aonde está você
Que não vem me buscar

Às vezes eu esqueço
Que o mundo é louco
Passo a semana inteira
Lendo desgraça no jornal
Tudo pode acontecer
Nas ruas desta cidade
E aonde está você
Cansei de esperar

Saio às 3 da manhã
Perco as chaves de casa
Não encontrei ninguém
Que me dissesse algo que prestasse
Eu não agüento mais
Lugares cheios, pensamentos vazios
Tudo pode acontecer
Nas ruas desta cidade
E quando amanhecer
Tudo volta ao normal

sábado, 1 de janeiro de 2011

DOIS MIL E ONZE!

Que em 2011,

Você permaneça acreditando em você mesmo, na sua inteligência, coragem
e capacidade para ser um profissional bem sucedido.

Eu lhe desejo, que o amor e a sabedoria o levem a estabelecer um ambiente familiar equilibrado,

Eu lhe desejo, que você encontre e estabeleça o equilíbrio afetivo e emocional.

Que você encontre a pessoa que seja a ressonância para uma parceria sustentada nos pilares do amor recíproco.

Que nessa pessoa você encontre motivos e motivação para investir, sem medo e com vontade, no dia a dia da vida a dois.

A nossa vida, basicamente, transcorre ao longo de duas vias paralelas: a afetiva e a profissional. Quando a afetividade não vai bem, todo o restante fica contaminado.

Do alto do sucesso profissional, não há como deixar de vermos a outra via paralela, a da afetividade, e percebermos os vazios que ali criamos.

Que gosto tem o sucesso, se a alma estiver vazia de afetos verdadeiros?

Eu lhe desejo, um NOVO ANO pleno de afetos verdadeiros


FELIZ ANO NOVO, de 2011 alegrias, vitórias e glórias, que todas as metas sejam alcançadas e os objetivos concretizados!


"Muita saúde e paz, o resto a gente corre atrás" haha! ;)


"Como julgador, a primeira coisa que faço, ao defrontar-me com uma controvérsia, é idealizar a solução mais justa de acordo com a minha formação humanística, para o caso concreto. Somente após recorro à legislação, à ordem jurídica, objetivando encontrar o indispensável apoio".
(Min. STF Marco Aurélio Mello)